quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Soluções inovadoras reduzem poluição e aumentam eficiência de prédios

Por Paula Moura, para o UOL, em São Paulo (SP), 14/07/2015

A luta contra a poluição nas grandes cidades conta com a tecnologia em diversos aspectos, mas, recentemente, inovações na área de arquitetura vêm ampliando essa participação. Há alguns anos, quem imaginaria um prédio cuja fachada absorve a poluição? O projeto é do escritório de arquitetura Elegant Embelishments, que fica em Berlim, capital da Alemanha e já foi implantado em um hospital no México. O escritório agora estuda baratear a cobertura que absorve a poluição das fachadas, que ainda custa cerca de 330 euros por metro quadrado.


Torre de Especialidades, na Cidade do México, com fachada revestida de dióxido de titânio, que absorve a poluição. O projeto é do escritório de arquitetura Elegant Embelishments, que fica em Berlim, na Alemanha

Segundo Schwaag, ainda não foi possível medir cientificamente o quanto o prédio consegue afetar o ambiente ao redor do prédio. "Os fatores que influenciam os resultados não são possíveis de serem controlados. Direção do vento, nível de poluição e de luz estão sempre mudando", diz. "O que podemos fazer é provar a atividade da fachada, que testes de laboratório provaram uma redução de 70% das taxas (de dióxido de carbono) em condições favoráveis de vento".



A forma da fachada foi inspirada em corais marinhos e é revestida com dióxido de titânio, um pigmento que age como catalisador de reações químicas quando ativado pela luz do sol. Quando os raios UV atingem o material, a reação converte monóxidos de nitrogênio, ou seja, um dos componentes da fumaça, em substâncias menos agressivas como o nitrato de cálcio e água e outras não tão desejáveis como o dióxido de carbono

"A fachada funciona como proteção contra a luz do sol e como fotocatalisador", explica Daniel Schwaag, um dos diretores do escritório. A forma foi inspirada em corais marinhos e é revestida com dióxido de titânio, um pigmento que age como catalisador de reações químicas quando ativado pela luz do sol. Quando os raios UV atingem o material, a reação converte monóxidos de nitrogênio, ou seja, um dos componentes da fumaça, em substâncias menos agressivas como o nitrato de cálcio e água e outras não tão desejáveis como o dióxido de carbono.

No Brasil

A variedade de materiais utilizados para evitar gastos energéticos e contra a poluição é bem grande. Para evitar o efeito ilha de calor nos prédios e a proliferação de fungos e bactérias, por exemplo, foram criadas tintas que refletem radiação e evitam o calor dentro dos prédios, além de serem autolimpantes e antifungo. "Tínhamos brancas, mas agora foram desenvolvidas pigmentações coloridas também", conta Felipe Faria, diretor do Green Building Brasil.

A organização segue parâmetros internacionais de certificação levando em conta a sustentabilidade das edificações comerciais, residenciais e públicas, oferecendo diretrizes sobre o aumento da eficiência energética, racionalização do uso da água, produção de energia renovável e uso de material de baixo impacto não apenas ecológico, mas também social. São 252 prédios certificados e 997 registrados no país, que fica atrás apenas de Estados Unidos e China no ranking de 143 países.

Faria cita que as tecnologias vão desde aproveitar a ventilação natural de um prédio ao uso de vidros que filtram calor, sistema inteligente de gerenciamento de água, ares condicionados com qualidade controlada por computadores, irrigação por gotejamento diretamente na raiz das plantas para evitar evaporação, e, é claro, uso da fotocatálise de várias formas, inclusive para limpar o ar condicionado."O estádio Mané Garrincha, por exemplo, tem uma cobertura autolimpante que sequestra CO2", lembra.

O bom e velho verde

Essas tecnologias conversam também com a boa e velha alternativa: mais verde na cidade. Além de sequestrarem dióxido de carbono do ar, as árvores ajudam a absorver água das chuvas, ajudando a conter enchentes, e elevam a umidade do ar, ajudando contra a formação de ilhas de calor. O telhado verde, que já virou lei para edifícios em Recife neste ano, consegue melhorar a temperatura dentro e fora do prédio. Em nível nacional, ainda está para ser votada uma lei federal sobre o assunto.

Entre 2012 e 2013, o geógrafo Humberto Catuzzo mediu a temperatura em dois prédios no meio da ilha de calor de São Paulo por um ano e 11 dias a cada dez minutos. No Edifício Matarazzo, sede da prefeitura, onde há telhado verde, a temperatura chegou a ser cinco graus mais baixa do que no Edifício Mercantil/Finasa, sem cobertura verde. Além disso, a umidade no prédio da prefeitura foi 16% mais alta.

"Houve redução de gasto de energia internamente, pois, no verão, fica mais fresco, e, no inverno, mais quente dentro do prédio", explica o professor. "A cidade de Chicago é um exemplo da aplicação dos telhados verdes e estudos mostram que há redução de gasto de energia com ar condicionado".  Em março, a prefeitura de São Paulo incluiu fachadas e telhados verdes como possibilidade de compensação ambiental.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Imóveis sustentáveis terão desconto de até 12% no IPTU em São Paulo

Fonte: Estadão, 15/10/2015

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), vai encaminhar nesta quinta-feira, 15, para a Câmara um projeto de lei que prevê descontos de 4% a 12% no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) de imóveis com certificação de sustentabilidade, os chamados “prédios verdes”. O benefício terá validade de oito anos e servirá só para construções que obtiverem o selo após a lei entrar em vigor – ou seja, não será uma medida retroativa. Se aprovada, a lei ainda terá de ser regulamentada. “Trata-se de fazer do regime tributário da capital um instrumento de incentivo para novas práticas”, disse o prefeito.

Pela proposta, não haverá necessidade de aparelhar o Executivo com equipe técnica para vistoriar e certificar os imóveis. A ideia é reconhecer os selos já existentes no mercado da construção civil – como o Leed e o Aqua – para conceder aos imóveis descontos por faixas: 4%, 8% e 12%.

Na fase de regulamentação, uma tabela de equiparação entre os selos conferidos pelas certificadoras e a Prefeitura será divulgada. Haddad garantiu que as empresas certificadoras devem ser ouvidas durante a elaboração de tais regras.

Segundo estimativa do secretário municipal de Finanças, Rogério Ceron de Oliveira, a medida pode beneficiar de 500 a 1 mil imóveis paulistanos – o total, por ano, de prédios que são inaugurados ou repaginados e que, pela expectativa do poder público, tentarão obter as certificações ambientais. Pelas contas do secretário, a Prefeitura deixará de arrecadar de R$ 5 milhões a R$ 10 milhões de IPTU por ano, conforme a adesão.

Experiência
“Isso é novidade. Nenhum município fora dos Estados Unidos e da Suécia adotou essa política”, afirmou Felipe Faria, diretor executivo do Green Council Brasil – o órgão é o responsável pela certificação Leed no Brasil.

Projetos semelhantes existem em outras capitais do País, mas com a vistoria e o método de responsabilidade da própria Prefeitura. É o caso de Salvador, que regulamentou legislação oferecendo desconto de até 10% no IPTU para proprietários de imóveis que implementam medidas sustentáveis.

A prefeitura da capital baiana emite certificados de acordo com os equipamentos instalados em um prédio. Os donos dos imóveis devem ter um mínimo de 50 pontos para obter um abatimento mínimo de 5% na taxa do imposto. Em Salvador, uma torneira com restritor de vazão, por exemplo, dá três pontos. Já um sistema de reúso de água da chuva em 90% da área de um a casa equivale a 10 pontos.


sexta-feira, 9 de outubro de 2015

“Casa do futuro” terá chão que produz energia e ar condicionado que vem do solo

Fonte: BBC Brasil

É a chamada casa do futuro: terá chão cinético, capaz de transformar os passos em luz. Será autossuficiente em energia elétrica e no abastecimento de água, com uso de chuva recolhida e filtrada. Os ambientes serão climatizados naturalmente, sem ar condicionado. Construída com pré-moldados, não terá nenhum material químico.

Ela será construída em Niterói, no Rio de Janeiro, às margens da Baía de Guanabara, numa praça pública. O projeto completo custa R$ 5 milhões, e é resultado de um “crowdsourcing”, financiamento coletivo pela internet, implantado pela empresa Enel Brasil, filial da gigante energética italiana.

O objetivo do experimento é colher informações sobre como as pessoas imaginam a vida doméstica no futuro. A casa faz parte do projeto N.O.V.A (Nós Vivemos o Amanhã), e foi a primeira a receber um dos mais importantes certificados ambientais na América do Sul, o Living Building Challenge.

“Se trata de uma experiência inédita, tecnológica, sim, mas, principalmente, sociológica, no campo do comportamento e dos desejos. Algumas soluções, como a fonte de energia solar, forneceremos nós mesmos, outras iremos buscar nas start-ups envolvidas”, disse à BBC Brasil o presidente da Enel Brasil, Marcelo Liévenes, durante a apresentação do projeto em Milão.

A construção integra o programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). As obras começarão em novembro, e a conclusão está prevista para antes dos Jogos Olímpicos, em agosto de 2016.

“Usaremos antigas técnicas de arquitetura no Brasil com mais de 500 anos, como o cruzamento da ventilação, a fonte geotérmica, pois escavando 20 m no solo conseguimos climatizar os ambientes naturalmente, substituindo o ar condicionado. Temos ainda o ensinamento do modernismo, com a paisagem entrando na residência”, disse o arquiteto responsável pelo projeto, Arthur Casas.

Como será?


A construção terá 375 m² e será feita num terreno de 1000 m². As águas cinzas serão recicladas, assim como os dejetos e o lixo orgânico, que serão transformados em gás metano. Vidraças inteligentes dispensarão limpeza e irão alterar transparência em função da luminosidade externa.

O pavimento da casa será de concreto modulado, que pode ser facilmente retirado e substituído. As tubulações e fiações passarão por baixo dele. Já a quadra de esportes terá piso cinético, que produzirá energia para iluminar o campo. A casa não precisará de eletricidade durante o dia. Monitores ligados à internet informarão o consumo de luz, água e gás em tempo real, além de dados de saúde dos moradores.

Um concurso pela internet vai escolher a família que irá ocupá-la e os moradores serão, de certa forma, cobaias das novas tecnologias: os pesquisadores querem saber quais serão as mudanças de ritmos e hábitos no consumo, e em quanto tempo irão ocorrer. Eles irão acompanhar o comportamento dos habitantes na casa, através do fluxo de informações. “Queremos saber como as pessoas irão morar ali, como irão se adaptar às novidades. Isso é o que importa porque o futuro tecnológico é já obsoleto”, disse Liévenes.

A casa terá, ainda, um espaço para hóspedes, que pagarão pela estadia, como “bed & breakfast” ou “airbnb”.


Para enfrentar a crise (ou Por que certificar empreendimentos existentes)

Começo este post com uma indagação: 

Se você fosse um gestor de um empreendimento, no atual cenário de crise econômica no Brasil, como você classificaria a estratégia de adoção de uma certificação de operações de edifícios existentes?
a) Um investimento de longo prazo. O momento não é favorável.
b) Uma despesa a mais. Tô fora.
c) Um luxo até desejável, mas desnecessário.
d) Uma oportunidade de redução de custos.
e) Uma forma de valorizar meu empreendimento.

A mensagem que trago aqui, e que sugiro que seja compartilhada a gestores e proprietários de empreendimentos existentes e em operação, ajudará a responder a questão:

Para enfrentar a crise, o melhor a fazer é reduzir os custos e aumentar a eficiência, certo?

Ok. Então, o mais recomendável é mesmo que se adote uma certificação de operações de empreendimentos existentes. Elas são ótimas ferramentas para promover reduções de custos operacionais e aumentos de eficiência, trazem benefícios aos processos de gestão e à qualidade dos ambientes e, além disto, uma vez obtida a certificação, ainda valorizam o empreendimento e a imagem dos seus ocupantes, gestores e proprietários.

Acrescente-se ainda que medidas de baixo (ou nenhum) custo podem começar a ser implementadas e proporcionar resultados palpáveis já nos primeiros meses do período de implantação de um plano de ação que pode ser ajustado ao fluxo de caixa da empresa ou condomínio, de forma a viabilizar a sua implantação.


Os benefícios são tão importantes que o LEED EB-OM (sistema de certificação LEED para edifícios existentes, operação e manutenção) está se tornando obrigatório por lei em muitas cidades dos EUA para prédios públicos, justamente por se tratar de medidas de economia de custos e aumento da eficiência no uso dos recursos públicos que têm boa aceitação pela população, que por sua vez tem passado a exigir isto dos seus governos. 

Os sistemas de certificação fornecem um mapa bem claro, cheio de oportunidades de melhorias e aperfeiçoamentos, muitos dos quais de implementação simples e fácil para qualquer edifício que esteja procurando reduzir suas despesas operacionais e melhorar sua performance. Constituem também um instrumento de aferição de resultados de medidas já implementadas ou que venham a ser implementadas, servindo assim também como uma boa ferramenta de gestão operacional.


Além do LEED EB-OM, promovido pelo USGBC, temos no Brasil a possibilidade de adotar também a certificação AQUA-HQE de Uso e Operação, promovida pela Fundação Vanzolini.

(Está convencido? Se sim, então por favor compartilhe. Se ainda não, então por favor continue lendo)

Ok. E como fazer para avaliar se daria certo pro seu empreendimento?

A) Primeiro, é preciso que se faça um Estudo de Viabilidade Técnica, para identificação de potenciais, oportunidades e eventuais riscos, de forma que se possa definir, para o empreendimento específico, quais seriam as estratégias mais viáveis para serem implementadas. O estudo levará em consideração o uso de energia e água, programas de manutenção, limpeza e gestão de resíduos, política de compras, dentre outros aspectos operacionais e constituirá um poderoso e consistente instrumento para subsidiar a tomada de decisão quanto à sequência do processo, com um caminho claro para ser seguido. 

B) Com sinal verde para seguir, uma vez discutidas e definidas as estratégias a serem adotadas, define-se um Plano de Ação, que incorporará estas estratégias e definirá metas de desempenho a serem atendidas, em função de indicadores estabelecidos nos processos de certificação, assim como as medidas e intervenções a serem feitas para que estas sejam atendidas, bem como um cronograma de implementação destas estratégias, a ser definido conjuntamente com os gestores e proprietários.

C) Com um plano de ação definido, passa-se então à Fase de Implementação do Plano, que deve ser acompanhada de forma sistemática, para verificação e medição de resultados e realização de ajustes, se necessários, de forma que se garanta que ao final do período, as metas de desempenho anteriormente definidas sejam alcançadas com sucesso.

D) Finalmente, ao final do período de implementação, com uma boa documentação de todo o processo e assessoria adequada, obtém-se a Certificação Ambiental do empreendimento e todos ficarão felizes.    

O Empire State Building, em Nova York,
é provavelmente o caso mais visível, de
empreendimento existente que se tornou
um Green Building, certificado
LEED EB-OM Gold em 2010.
(E agora, convencido? Se sim, então por favor compartilhe. Se ainda não, então por favor continue...)


Ok. E quanto custa para certificar um empreendimento em operação?

Práticas operacionais sustentáveis nem sempre exigem investimentos significativos. Relaciono aqui algumas medidas de baixo custo e fácil implementação que contribuem para os processos de certificação e para o aumento da eficiência da operação:

- Programa de desligamento controlado de lâmpadas e equipamentos mecânicos como ar condicionado, elevadores e bombas;
- Otimização de programas de manutenção de máquinas e equipamentos elétricos; 
- Gerenciamento e controle do descarte de resíduos;
- Revisão / substituição de equipamentos e peças hidráulicas;
- Gestão da irrigação do paisagismo;
- Gerenciamento dos sistemas de exaustão mecânicas;
- Favorecimento do aproveitamento da luz natural onde possível;

Clique na imagem para conhecer algumas
estratégias de sustentabilidade
implementadas no Empire State Building 
- Promoção de políticas de caronas compartilhadas e uso de bicicletas para a promoção da redução do uso de automóveis;
- Promoção de política de compras de produtos sustentáveis e mais saudáveis.
- Levantamentos de dados por meio de medições de campo e entrevistas com os usuários quanto às condições ambientais.

Outras medidas que também podem trazer ótimos resultados são, por exemplo:

- Captação, tratamento e aproveitamento de águas pluviais e residuais para usos não nobres;
- Substituição programada de lâmpadas e reatores por outros de melhor eficiência;
- Instalação de medidores de consumo de ramais hidráulicos e equipamentos elétricos;
- Instalação / revisão ou atualização de sistemas de automação e gerenciamento predial;
- Instalação / revisão de sensores de presença / movimento para integração aos sistemas de iluminação e climatização;
- Implementação de um plano de comissionamento operacional;
- Instalação de equipamentos de geração de energia local, de fontes renováveis;
- Instalação / substituição de equipamentos mecânicos por outros de maior eficiência.

Os custos para implantação destas medidas, naturalmente, dependerão de uma série de fatores gerais e específicos de cada empreendimento. Estudos realizados nos EUA sobre vários casos realizados, atestam que os custos totais para obtenção da certificação LEED EB-OM são em média de US$ 1,58 / pé quadrado, o que equivale a aproximadamente R$ 60,00 / m2 (considerando-se o dólar a quase R$ 4,00 nestas datas!). Ou seja, para muitos empreendimentos, não chegaria a 1% do valor do imóvel.

A chave da questão está em definir e priorizar adequadamente, já no Estudo de Viabilidade, as estratégias de baixo ou nenhum custo que sejam aplicáveis ao empreendimento e prever no Plano de Ação a implantação gradativa destas e das demais estratégias, à medida em que os resultados passem a ser percebidos.

(Agora, você pode compartilhar. Não? Ainda não está convencido? Bom, se chegou até aqui, você quer ser convencido. Então vamos lá...)

Ok. E o que meu empreendimento ganharia com isto?

Os benefícios são muitos. Resumo aqui alguns, comprovados por meio de pesquisas realizadas em sua maioria nos EUA:
O Condomínio Comendador
Yerchanik Kissajikian (CYK)
,
 localizado na Avenida Paulista,
em São Paulo, onde estão localizados
os escritórios da Petrobrás, conquistou
certificação LEED EB-O&M em
2008, tornando-se o primeiro
caso de 
Green Building de operação
e manutenção no Brasil.
- Redução de custos operacionais (energia, água, insumos, resíduos); 
- Valorização do empreendimento, para venda ou locação, em imóveis comerciais;
- Aumento da atratividade e taxas de ocupação em empreendimentos comerciais;
- Melhor qualidade dos ambientes interiores, com aumento de produtividade (em escritórios, indústrias e edifícios escolares) e de vendas (empreendimentos de varejo);
- Aumento da retenção de talentos e redução da rotatividade de pessoal;
- Valorização da imagem da empresa ou instituição e da posição de liderança de mercado;
- Melhor gestão e controle dos processos operacionais e gerenciais, com instrumentos para aferição de desempenho e melhoria contínua.

A questão fundamental para o sucesso do processo e para a otimização dos retornos não diretamente mensuráveis, está na habilidade e eficiência com que se comunica aos usuários e visitantes do empreendimento, bem como ao público geral, os benefícios dos edifícios verdes e a importância de uma operação responsável e sustentável, comprovada, de maneira incontestável, por meio da obtenção da certificação.

O principal aspecto talvez seja justamente o de dar um bom exemplo, de criar um modelo de referência para o mercado. A adoção de uma certificação ambiental de empreendimentos reforça uma imagem de pioneirismo e de liderança dos seus proprietários e gestores, além de indicar uma clara preocupação com o futuro e com a sustentabilidade, promovendo o uso racional dos recursos hoje. É um bom recado para ser dado.


(E aí, já compartilhou? Ainda tem mais....)

Ok. Então por que afinal não estamos implantando mais certificações ambientais de empreendimentos no Brasil?

Bom, me arrisco a dizer que certamente por desinformação dos gestores a respeito do processo, seus custos e benefícios, e também em grande parte por falta de suporte e orientação técnica adequados.

Por esta razão, recomenda-se a contratação de uma consultoria especializada para assessorar, orientar e acompanhar os processos de certificação. Recomendo que se contrate pelo menos um Estudo de Viabilidade Técnica feito por gente competente, para se identificar os potenciais e as oportunidades. Será assim mais fácil justificar o investimento, com um olho nos custos e outro nos benefícios. 

Antecipo: vale a pena! Os custos dos serviços de consultoria são perfeitamente assimiláveis, em especial quando comparados às reduções de despesas e outros benefícios esperados, e ainda são diluídos ao longo do processo. 


Tem mais: O BNDES oferece linhas de financiamento com o objetivo de apoiar projetos de investimentos, visando à implantação, à modernização, à expansão da capacidade e ao aumento da produtividade e da eficiência do setor de comércio e serviços nacional. Os empreendimentos que adotarem a Etiqueta PBE Edifica para eficiência energética dispõem de condições financeiras diferenciadas.

Por tudo isto, recomendo a adoção das certificações ambientais de edificações. Trata-se na realidade de uma ótima oportunidade, em que todos saem ganhando.

Espalhe a notícia. Estará fazendo um bem para o nosso país. Agradeço.
Caso deseje saber mais a respeito ou avaliar um empreendimento, entre em contato. Ficarei satisfeito em apoiá-lo nesta iniciativa.
Até breve,

Antonio Macêdo Filho
LEED AP BD+C / DGNB Consultant
EcoBuilding Consultoria

amacedo@ecobuilding.com.br
+55 11 98306 7562

Veja também (posts relacionados):


Nova linha de financiamento do BNDES Eficiência Energética é lançada




quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Por que arquitetos devem assumir o papel de líderes nas questões de sustentabilidade

Artigo publicado originalmente na GreenBiz, de autoria de Lance Hoseydiretor de sustentabilidade da RTKL.

Knox Innovation Opportunity and Sustainability
Centre / Woods Bagot. Image © Peter Bennetts
Um dos grandes nomes da sustentabilidade, Hunter Lovins, certa vez disse que a indústria da construção é "dinamicamente conservadora - ela trabalha duro para permanecer no mesmo lugar."


Mas os velhos hábitos não podem resolver completamente novos desafios. De acordo com a 350.org, as empresas de combustíveis fósseis tem atualmente em suas reservas cinco vezes a quantidade de carbono que, se queimada muito rapidamente, poderia elevar as temperaturas atmosféricas a níveis catastróficos onde tempestades da escala do furacão Sandy poderiam se tornar frequentes. O progresso rápido e profundo é imperativo.

A arquitetura está em uma arena essencial para a inovação sustentável. As construções representam cerca da metade da energia gasta e das emissões anuais nos EUA e três quartos da eletricidade consumida. Com o ambiente da construção em crescimento - o parque imobiliário dos EUA aumenta cerca de 278 milhões de metros quadrados a cada ano - os arquitetos têm uma oportunidade histórica para transformar este impacto em algo positivo.

Há sinais encorajadores. Desde que o sistema de classificação LEED do Conselho Norte Americano de Construção Sustentável foi criado cerca de 15 anos atrás, mais de 929 milhões de metros quadrados de construção foram certificados ou registrados, de acordo com o USGBC. A economia de energia média para edifícios certificados é de cerca de 32 por cento, e para as próximas duas décadas é esperado uma diminuição de 16 vezes da tonelagem de carvão usado, segundo estimativas.

Em 2006, o Instituto Americano de Arquitetos sabiamente adotou a campanha de Arquitetura "Desafio 2030", uma iniciativa que visava a neutralidade de carbono na indústria até o ano de 2030. "Acreditamos que devemos alterar as ações da nossa profissão", diz o relatório do AIA 2030, "e incentivar nossos clientes e todo o design e indústria da construção civil a se unirem a nós para mudar o curso do futuro do planeta."

O AIA, no entanto, removeu em 2012 o projeto sustentável dos requisitos de educação continuada dos membros: "Reconhecendo que as práticas de design sustentável tornaram-se uma intenção de design dominante na comunidade de arquitetura, o conselho de diretores votou para permitir que a exigência de educação de design sustentável cesse no fim do calendário do ano de 2012", relatou o Instituto. Outros tipos de créditos de educação continuada seguem obrigatórios.

O Conselho do AIA defende que o design sustentável se tornou "convencional", mas não explica como chegou a essa conclusão. Nos últimos anos, alguns dos arquitetos mais famosos do mundo têm publicamente rejeitado a sustentabilidade, entre eles o medalhista de ouro do AIA, Frank Gehry, referindo-se a sustentabilidade como algo "falso", e o vencedor do Prêmio Nacional de Design, Peter Eisenman, insistindo que a sustentabilidade "não tem nada a ver com a arquitetura." Enquanto isso, de acordo com a própria documentação de progresso do AIA em relação às metas de 2030, apenas 12 a 13 por cento dos projetos das empresas relatadas estão alcançando as metas atuais. Os números poderiam ser muito menores para outros arquitetos já que os participantes de 2030 serão presumivelmente adeptos iniciais.

A decisão de suspender a exigência de design sustentável significa que enquanto o AIA insiste que os arquitetos "devem" alterar as suas ações, uma mudança, de fato, não é obrigatória. O USGBC teve sua cota de controvérsias com os críticos protestando que o LEED não vai longe o suficiente, mas que, no mínimo, representa um padrão de referência de realização, e os números citados acima mostram um claro progresso, mesmo que este progresso deva acelerar. O AIA, que se auto intitula a principal associação de arquitetos, não tem obrigações semelhantes para seus quase 80 mil membros. Apesar de toda sua retórica progressiva, os esforços do AIA não garantem qualquer grau de progresso.


Uma imagem do infográfico da ArchDaily sobre o LEED. Saiba mais em http://www.archdaily.com/228578/infographic-leed/

Os educadores também não parecem estar fazendo progressos significativos. Cinco anos atrás, Kira Gould e eu fomos co-autores de um relatório para o AIA, "Ecologia e Design: Alfabetização Ecológica na Educação de Arquitetura", que estudou como escolas de arquitetura estão abordando a sustentabilidade. O que encontramos, de modo geral, é que elas não estão, pelo menos não de forma voltada para o mercado. Algumas escolas oferecem um curso obrigatório introdutório, e muitos programas de graduação, tais como o de Ambientes Sustentáveis da ​​Cal Poly, são um modelo convincente para a educação interdisciplinar, mas são estudos eletivos. Até agora, nem uma única escola de arquitetura exige que seus alunos sejam totalmente treinados a partir dos princípios do design sustentável. O relatório ofereceu recomendações para transformar a educação, que incluiu o currículo modelo "Educação em Design Ambiental Sustentável", mas que eu saiba, nenhuma escola adotou estas orientações ou semelhantes.

Em janeiro, os chefes de 19 escritórios de arquitetura de renome, incluindo o meu próprio, assinaram uma carta ao Conselho Nacional de Acreditação Arquitetônica, a agência responsável pelo padrão americano de ensino da arquitetura, apelando para a mudança: "As escolas profissionais de projeto estão bem preparadas para fornecer a liderança no ensino superior necessária para enfrentar o que nós julgamos ser o maior desafio deste século - a preservação de um planeta habitável". Liderados por Ed Marzia do Architecture 2030, os arquitetos solicitaram ao NAAB que este exigisse que cada estudante de arquitetura "tivesse capacidade projetual para enfrentar os desafios ambientais encarados por diversas comunidades em todo o globo."

Na cultura projetual, a inovação, muitas vezes significa pouco mais do que novidade estética. Procure no Google a frase "arquitetura inovadora" e você encontrará diversas geometrias provocativas, mas poucas (ou nenhuma) soluções inovadoras para os problemas mais graves. O projeto pode ser um poderoso agente de mudança, mas as premiações de projeto e a atenção da mídia em geral celebram o visual sobre a inovação.




Eco-Sustainable House / Djuric Tardio Architectes. Image © Clément Guillaume

6 passos para transformar a profissão de arquitetura

O AIA está certo ao afirmar que os hábitos da profissão devem mudar, mas a mudança mais radical é necessária agora. Abaixo estão seis simples, mas dramáticos, passos para transformar a profissão e a prática da arquitetura. Se a sustentabilidade realmente tornou-se convencional, como o AIA insiste, a mudança não deve ser difícil de se alcançar.

1. Imediatamente, cada organização que premia arquitetos pode começar a recompensar somente estruturas que satisfaçam um padrão mínimo de performance sustentável.
2. Dentro de seis meses, cada revista de projeto pode começar a destacar somente construções que satisfaçam um padrão mínimo de performance sustentável.
3. Dentro de um ano, cada órgão público, incluindo os governos federal, estadual ou municipal, pode exigir que todos os projetos iniciados no mesmo ano cumpram as metas atuais para o Compromisso 2030.
4. Dentro de dois anos, cada escritório americano de arquitetura pode adotar o Compromisso 2030 e cumprir as metas para todos os projetos iniciados no mesmo ano.
5. Dentro de três anos, cada agência de licenciamento pode exigir que os arquitetos comprovem um nível mínimo de competência em relação ao design sustentável a fim de manter a licença para a prática profissional.
6. Dentro de quatro anos, cada escola de arquitetura pode alterar seu currículo para assegurar que cada estudante de graduação esteja completamente ciente dos princípios e práticas do design sustentável.


Lance Hosey é diretor da RTKL. Seu último livro, "A Forma do Verde: Estética, Ecologia e Design" (Island Press, 2012), é o primeiro estudo das relações entre beleza e sustentabilidade. 
Cita: Lance Hosey. "Por que arquitetos devem assumir o papel de líderes nas questões de sustentabilidade" [Why Architects Must Lead on Sustainable Design] 05 Out 2015. ArchDaily Brasil. (Trad. Fernanda Britto) Acessado 8 Out 2015.

Meu comentário: 
É notável como o nosso cenário não é lá tão diferente do deles, nos EUA. Temos todos ainda um longo caminho pela frente mas, no nosso caso, a adoção de certificações como o LEED ou outras, tem um efeito em ganhos de qualidade no processo de produção e no produto da construção em si que faz de fato grande diferença, com significativos ganhos para todos os envolvidos. Deve, portanto, ser estimulada por todos os que tenham algum poder de atuar a respeito, em especial as instituições do setor.




Sustentabilidade ganha vez para reduzir custos e aumentar eficiência

Reproduzido de masterambiental.com.br, originalmente publicado em 01/10/2015 

Matéria publicada no Valor Econômico em 22 de setembro destacou a importância das empresas contarem com profissionais de sustentabilidade, estratégicos no cenário de crise em que se encontra o país, especialmente com problemas hídricos e energéticos.

E por que será? Justamente porque os investimentos em sustentabilidade podem significar redução de desperdícios, aumento da eficiência operacional, redução de custos e incremento da lucratividade, além de motivação e bem estar de colaboradores e maior satisfação de partes interessadas e redução de conflitos com vizinhos e populações afetadas.
Sem adentrar ao mérito das causas dessa onda de desconfiança e corte de custos no cenário econômico, a maioria das empresas aumentou o investimento na área de sustentabilidade.
noticia-sustentabilidade-pesquisaSegundo a pesquisa realizada pela Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade (Abraps) e a consultoria Delouitte, que entrevistou 370 profissionais que trabalham na área de sustentabilidade, evidenciou que a maior parte das participantes, 43% das empresas, manteve o mesmo valor de investimento. 29% aumentou e apenas 9% reduziu o orçamento.

Os profissionais representaram empresas dos mais diversos setores, como bens de consumo, serviços, indústria financeira, energia, construção civil, comunicação, agronegócio, educação, transportes, químico e petroquímico, automotivo, eletroeletrônico, mineração, siderurgia e metalurgia, telecomunicações, higiene e saúde, embalagens, indústria de cimento, farmacêutico, papel e celulose, têxtil, florestal, gráfica e marketing.

O fato é que ainda há um grande caminho pela frente no que tange a sustentabilidade empresarial. Na percepção dos profissionais, apenas 18,5% avaliaram que as empresas onde atuam estão em um alto grau de maturidade e efetividade. Essas empresas atuam como líderes na promoção do conceito de sustentabilidade. 32% consideraram que as empresas em que trabalham ainda estão em fase de desenvolvimento, 18,5% em estágio básico e 7% ainda é incipiente.

Conforme a pesquisa, para 
51% dos entrevistados, a área de sustentabilidade deve ter como principal objetivo consolidar uma visão estratégica de sustentabilidade junto a todas as outas áreas da empresa.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

A Olimpíada verde do Brasil: Primeiro bairro integralmente sustentável do Brasil está sendo erguido no Rio de Janeiro

Por: Rosenildo Gomes Ferreira, para Isto É Dinheiro, originalmente publicado em 18/09/2015

O projeto da Odebrecht Realizações Imobiliárias e Carvalho Hosken deve movimentar R$ 4,5 bilhões e abrigar 15 mil pessoas.

Novos ares: O projeto foi criado para valorizar a sustentabilidade,
diz Maurício Cruz Lopes, diretor geral da Ilha Pura,
num dos 31 edifícios que irão abrigar
os atletas nas Olimpíadas de 2016 (foto: Stefano Martini)
Nos últimos 20 anos, o setor de construção civil vem empreendendo inúmeras ações destinadas a reduzir a pegada de carbono de seus empreendimentos. Nesse contexto, além dos investimentos em tecnologias construtivas e sistemas feitos por fabricantes de insumos para o setor, alguns incorporadores conseguiram convencer fundos de investimentos a apostar até mesmo em bairros sustentáveis. O mais marcante deles é Masdar City, encravado no deserto de Abu Dhabi, integrante dos Emirados Árabes Unidos, que consumiu cerca de US$ 20 bilhões.

Os sul-coreanos investiram US$ 35 bilhões em Songdo, enquanto os japoneses despontam com a construção de Fujisawa, um bairro auto-suficiente em energia e imune aos efeitos de terremotos. Apesar de ter entrado atrasado nesta espécie de disputa construtiva verde, o Brasil já tem o que mostrar. Mais especificamente na Barra da Tijuca, bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde está sendo erguida a Ilha Pura. O empreendimento em nada fica devendo aos projetos semelhantes que existem em outros cantos do planeta.

A começar pela grandiosidade. Suas 31 torres vão acomodar 15 mil pessoas. No total, a carioca Carvalho Hosken e a Odebrecht Realizações Imobiliárias (OR) esperam movimentar R$ 4,5 bilhões com o empreendimento, levando-se em conta o Valor Geral de Vendas (VGV). “Criamos um projeto destinado a acomodar pessoas de faixas etárias e estágios de vida diferenciados, mas que têm em comum o fato de valorizarem a sustentabilidade”, afirma Maurício Cruz Lopes, diretor geral da Ilha Pura, nome da empresa criada para gerir o empreendimento, que servirá de Vila Olímpica para atletas e comissões técnicas.

Apesar de a entrega estar prevista para 1º de março de 2016, para atender o calendário da Rio 2016, as vendas das unidades começaram apenas há poucas semanas. Mas Lopes se mostra confiante em relação ao sucesso do projeto, que contará com 11 tipos de plantas, com área total de 77 m² a 400 m². O valor médio de lançamento foi de R$ 10 mil por metro quadrado. Trata-se de um valor competitivo e que, nas palavras de Lopes, não incorpora os cerca de 10% de gastos adicionais com a sustentabilidade no projeto, em relação a uma obra convencional.

Faz parte dessa conta, ainda, atrativos como o bosque privativo, assinado pelo escritório de Burle Max, além de áreas de lazer e compras, num espaço total de 72 mil m². A despeito dos inúmeros exemplos mundo afora, Lopes conta que a grande inspiração para o bairro planejado carioca vem das próprias experiências dos sócios. Aqui e no exterior. Do Brasil, foram resgatados muitos conceitos do Bairro Península, criado pela Carvalho Hosken, em 2010, também na Barra da Tijuca. Por conta da parceria com o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Londres, que abrigou os Jogos de 2012, também entrou no roteiro de visitas.

“O Ilha Pura é a soma de todas as experiências acumuladas pelos sócios, além do que existe de mais moderno nos Estados Unidos, na Europa e nos países da Ásia”, diz o executivo. Mas, afinal, o que esse bairro possui de tão especial? “Trata-se da primeira obra, no Brasil, a conseguir a certificação AQUA tanto para as edificações, como para o bairro”, afirma Manuel Carlos Reis Martins, coordenador executivo da certificação AQUA-HQE, da Fundação Vanzolini. A certificação leva em conta o planejamento e também a gestão de todas as etapas previstas no projeto executivo.

Ou seja, mais que apenas recomendar a adoção de sistemas de captação de água da chuva, a instalação de sistemas de tratamento e o reuso, é avaliado se esses componentes vão gerar os efeitos desejados. “A análise leva em conta a sustentabilidade do empreendimento na fase construtiva. Mas também ao longo de toda a sua vida útil”, diz Martins. De acordo com Lopes, diretor geral da Ilha Pura, tanto a Carvalho Hosken quanto a Odebrecht Realizações viram na obra uma oportunidade única de se firmar no segmento de obras verdes aos olhos do mundo.

Tarefa que será bastante facilitada pela visibilidade que o empreendimento terá a partir dos holofotes das câmeras de TV e das fotografias da Olimpíada de 2016, além da memória de seus primeiros moradores. “Vamos abrigar pessoas de mais de 200 nacionalidades”, afirma. “É uma grande responsabilidade, mas também uma imensa vitrine para o País e as empresas envolvidas no projeto.” Desde a concepção, dois itens exigiram bastante atenção da equipe: água e energia.

Em tempos de escassez de recursos naturais, os moradores do Ilha Pura terão à disposição uma usina de tratamento da chamada água cinza, aquela descartada das pias e dos chuveiros do banheiro. Após ser tratada, ela seguirá para o sistema de descarga de banheiros e para a limpeza de áreas comuns, além da rega das áreas verdes. No caso da energia, alguns empreendimentos contarão com painéis solares para aquecimento da água. “Em vez da autossuficiência, apostamos na redução dos custos de uso, de manutenção e de operação dos equipamentos para ajudar a tornar as edificações mais sustentáveis”, diz.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Paço Portugal Corporate, em Fortaleza, é Pré-Certificado LEED Silver pelo USGBC, com consultoria EcoBuilding

Caros,

É com satisfação que compartilho a notícia que segue:

O Paço Portugal Corporate tornou-se neste mês de Setembro 2015 o segundo empreendimento no Estado do Ceará a atingir a Pré-Certificação LEED, selo de sustentabilidade do conselho americano de construção sustentável, USGBC (United States Green Building Council).

O Paço Portugal usou o sistema de certificação LEED® for Core & Shell v.3, específico para empreendimentos multi-usuários, e alcançou o nível Prata. A certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) distingue aqueles empreendimentos que atendem a uma série de critérios de sustentabilidade em áreas como: Espaços Sustentáveis, Uso da Água, Energia, Materiais e Recursos, Qualidade dos Ambientes, Inovação e Regionalidade.

Para atingir tal feito, além de uma competente equipe de projetistas, os empreendedores Fujita e Mercurius contrataram os serviços da EcoBuilding Consultoria, firma especializada de São Paulo, que conta com representantes na capital cearense, cujos trabalhos tiveram início em dezembro de 2014.

A avaliação dos potenciais de atendimento aos créditos e pré-requisitos do processo foi realizada a partir de cuidadosa análise e orientação ao desenvolvimento de todo o projeto, envolvendo arquitetura, instalações de ar condicionado, elétrica, hidráulica, automação, impermeabilização, paisagismo e design de interiores, bem como decisões quanto às especificações de materiais e equipamentos por parte dos empreendedores, representados pelo gestor do projeto, Eng. Sindeaux Filho.

Qualidade e Eficiência

Dentre as diversas estratégias de sustentabilidade implementadas no Paço Portugal, pode-se destacar:
  • Localização privilegiada, bem servida por transportes públicos;
  • Bicicletário para condôminos e visitantes;
  • Paisagismo com rega abastecida com água de reuso;
  • Bacias sanitárias de duplo fluxo, abastecidas com águas de reuso (pluviais e água de condensação do ar condicionado);
  • Vidros de alta eficiência e menor transmissão de calor e alta transmissão luminosa;
  • Fachada ventilada com porcelanato branco, para favorecer a redução da transmissão de calor;
  • Equipamentos de ar condicionado com VRF, dispensando a instalação de splits nas salas;
  • Geração de energia renovável com painéis fotovoltaicos;
  • Gestão e controle da construção para redução da geração e reaproveitamento ou destinação adequada de resíduos;
  • Espaços para a separação de resíduos recicláveis na operação do condomínio;
  • Uso de materiais de origem regional e com conteúdo reciclado;
  • Uso de madeira certificada (100%);
  • Uso de materiais de acabamento sem emissão de compostos orgânicos voláteis;
  • Fornecimento de manual de operações para o condomínio para gestão sustentável e eficiente da operação do empreendimento.

Imagem do modelo da simulação computacional do desempenho térmico do pavimento tipo do Paço Portugal, Fortaleza/CE
Como resultado, o Paço Portugal oferecerá a seus usuários importantes benefícios operacionais e qualitativos, tais como:
  • Redução no consumo de energia de pelo menos 15%;
  • Redução do consumo de água potável em 40%;
  • Gestão e controle contínuos da qualidade do ar interno;
  • Redução de despesas operacionais.

As obras do Paço Portugal estão sendo iniciadas em outubro 2015 e a sua conclusão deve ocorrer em meados de 2018.

Ficha Técnica do Empreendimento:
  • Nome: Paço Portugal Corporate
  • Proprietário: Mercurius Fujita Empreendimentos SPE Ltda
  • Endereço: Praça Portugal, s/n (esquina da Av. Dom Luiz e Desembargador Moreira) – Aldeota, Fortaleza/CE.
  • Descrição: Construção nova, em terreno único. Torre única, de escritórios (salas comerciais), multiusuários.
  • Área total do terreno: 3.332,03m²
  • Área total construída: 23.155,11m²
  • Área útil total: 9.292,69m²
  • Área permeável total: 667,69m²
  • Área privativa total: 10.209,38m²
  • Sub-solos: 4 (garagens)
  • Pavimentos tipo: 22
  • Outros pavimentos: Mezanino, cobertura com heliponto
  • Certificação: LEED Core & Shell v.3
  • Consultoria de Sustentabilidade: EcoBuilding Consultoria
  • Arquitetura: Cia de Arquitetura
  • Estrutura: Hepta BSB
  • Ar Condicionado: Radnai Ar Condicionado
  • Instalações elétricas e iluminação: Botto Projetos e Engenharia
  • Automação: Infitech Automação
  • Impermeabilização: Protecto Engenharia
Aproveito para parabenizar os empreendedores pela decisão em adotar a certificação ambiental para o Paço Portugal, o gestor do projeto pela dedicação e empenho, a equipe de projetistas e em especial a nossa equipe de consultores EcoBuilding, em São Paulo e em Fortaleza. O trabalho, contudo, está apenas começando. Temos ainda uma longa jornada pela frente em direção à construção sustentável.